Os mecanismos de apoio de Bolsonaro no Paraná e Santa Catarina podem ser críticos para entender como um personagem assim esdrúxulo se estabeleceu como presidente do Brasil. É surpreendente como um homem que parece ser um miliciano doente mental não só chegou lá como ainda resiste. Éramos um país que, quando ele assumiu, chegou a estar entre as 10 ou 15 maiores potências financeiras e políticas do planeta Terra. O mesmo planeta que o bolsonarismo acredita ser plano e cristão.

A relação dos estados sulistas com o presidente pode ser enxergada por várias perspectivas. Um dos filhos é casado com uma moça de Blumenau, e tem íntimas ligações na região. Sergio Moro, o criador do espaço político que permitiu a ascensão de Bolsonaro, é baseado em Curitiba. O bilionário Wizard é curitibano, além de mórmon. Estão no Paraná e Santa Catarina suas maiores porcentagens de apoio, em torno de 2/3 do eleitorado votou em Bolsonaro. Cidades muito ricas, Curitiba, Cascavel, Blumenau e Joinville, são bolsonarianas. Os Mato Grossos e Rondônia, os estados do agronegócio que querem a destruição da Amazônia, tem esta mesma característica política. Paraná e Santa Catarina tem todo o ambiente industrial no campo bolsonarista, patrões e empregados.

O apoio de Bolsonaro no Paraná e Santa Catarina é claro: seus principais “assessores” são sulistas e ligados à Maçonaria, como Ricardo Barros e Cida Borghetti. Foi a Maçonaria que pinçou Bolsonaro das milícias cariocas para a presidência do país. É de se imaginar que o PSDB, especialmente o mineiro, foi quem patrocinou o tal Adélio e sua faca, assim como sua defesa jurídica. O PSDB imaginava Aécio Neves e Beto Richa em Brasília.  O crime organizado e elegante, das lindas meninas prostituídas e traficadas, não a barafunda tacanha que aí está. Que o diga o deputado estadual Vicente Caropreso, do PSDB catarinense.

Uma explicação para o bolsonarismo dos estados do Sul e Centro-oeste é que aqui o PT foi dominado.  No Rio Grande do Sul e São Paulo, o bolsonarismo domina a elite de direita, que era do PSDB e PFL. Muitos metalúrgicos e empregados em geral são do PT. Os metalúrgicos paranaenses e catarinenses eram do PSDB, e são agora bolsonaristas. Aí vem a segunda camada do apoio de Bolsonaro no Paraná e Santa Catarina: o que antes era PSDB nos estados do Sul e Centro-oeste. FHC bem explica, agora, o que sempre escondeu a sete chaves: é filho e neto de generais. Fernando Collor (Koehler, ou Köhler) também, do Rio Grande do Sul. Os Odebrecht são de Blumenau, como os Hering. E o PSDB traz consigo o crime organizado, claro, desde o PCC até o tráfico de cocaína.

O PT nunca assumiu nos estados agora bolsonarianos devido ao poder da Maçonaria. Os alemães e italianos que chegaram ao sul do Brasil na virada do século 19 para o 20 tomaram o poder da elite ibérica que já estava aqui. O mecanismo da tomada do poder foi a Revolução Constitucionalista, operada por militares próximos a Floriano Peixoto, vindos da capital. Já próximo à 1ª Guerra Mundial, com o fim do Império Otomano, vieram judeus e árabes, e foram colocados no poder através da Maçonaria. Ângelo Vanhoni e René Dotti, um pretensamente do PT e outro da direita, são ou foram maçons. A Maçonaria que hoje aparece são os obreiros. Os de graus elevados só são nominados depois de mortos. O PT do Paraná foi fundado no Colégio Sion, de mulheres da elite curitibana, sob os olhos da Soeur Cristina e da família Romanó, maçons. Em Santa Catarina a Maçonaria é tão difundida que quase nem existe o pseudo-PT que existe no Paraná.

A Maçonaria é um poder tradicional e bem estruturado nas sombras, como os “shadow cabinets” dos britânicos, e como o escritório que geriu a Pandemia COVID 19. Por mais incrível que pareça, a Maçonaria tem um sistema operacional paralelo completo de governo, idêntico ao do Brasil, tem até Tribunal de Contas! E segue seus próprios interesses. Não segue a meritocracia; dá poder as pessoas que pode controlar, aqueles que tem um defeito físico ou mental, um vício, um segredo. Bem como Bolsonaro. Quando não tem defeitos, eles criam. Na crescente de uma carreira vertiginosa baseada exclusivamente em seu talento, Elvis Presley foi misteriosamente colocado no exército, na Alemanha, por 2 anos. Não era tempo de guerra, nem havia nenhum motivo para sua convocação. Voltou com um casamento arranjado e viciado em anfetaminas, e nunca mais foi o mesmo, como observou John Lennon. Da mesma forma, Geraldo Vandré, Erasmo Carlos, Ronnie Von, saudáveis e talentosos, foram desativados em favor de Chico Buarque e Roberto Carlos; um diretamente ligado à direita, outro portador de um defeito escondido.

A Maçonaria cria narrativas simbólicas, como esta da Pandemia, e beneficia quem as segue de maneira cega e incontestável, como mostra um vídeo de Pazzuello, Wizard e Carlos Masson.

https://istoe.com.br/video-bomba-por-que-wizard-se-mandou-talvez-a-resposta-esteja-aqui-leia-e-entenda/

Tem lojas inteiras de militares. Exige que seus pares acreditem em um poder supremo masculino, seja Cristo, Maomé ou o Deus dos judeus. Antes desta ligação “cristã” a Maçonaria brasileira era intimamente ligada ao espiritismo. A realidade, a ciência, os agnósticos e os ateus, são a oposição. Aí está a razão para o Brasil não ter Prêmio Nobel de nada. Aqui, tudo é fake, tudo são narrativas.

Paradoxalmente, a estrutura Nobel tem a marca da Maçonaria, e a Suécia é o mais maçom dos países escandinavos. Assim como a família real britânica, o governo americano e até mesmo o francês. Esta perspectiva medieval, pré-científica da Maçonaria garante o atraso militar e religioso do Brasil. Foram eles que fizeram o país retroceder de um dos 10-15 mais poderosos de um planeta redondo para a mediocridade dos subdesenvolvidos terraplanistas, onde agora nos encontramos. Minha leitura é que os americanos, mesmo os mais progressistas como Obama e Biden, ajudaram a acabar com Lula e o Brasil ascendente que o PT herdou do PSDB. Tudo indica que a Lava Jato tem origem americana, nos governos Bush, mas com apoio de Obama.

Aí estão, então, as camadas do apoio de Bolsonaro no Paraná e Santa Catarina: a direita do sul, industrial e do agronegócio; a Maçonaria militar e religiosa; os americanos. Tiraram o poder dos mineiros e paulistas.

É uma consequência deste pensamento que Bolsonaro não vai ser apeado rapidamente do poder. Será executada uma transição suja e prostituída, o bordel caótico no qual os maçons acreditam florescer, que garante o nosso atraso e o seu domínio sobre o “gado” militar e religioso brasileiro.

Dr Paulo Bittencourt

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