Créditos de imagem: gifex.com.
Que existam golpes das mulheres da máfia curitibana não é surpresa, em vista da quantidade de sociedades secretas e de como estas organizações criminosas dominam o território do estado. Já chamei estas sociedades secretas de “maçonaria”, mas um amigo me fez crer que era injusta esta atribuição. Fui aos poucos desenhando uma estrutura mais complexa, ao mesmo tempo imperial e burocrática, da qual só vejo paralelo no Império Otomano, que englobou o território do antigo Império Romano do Leste, oriental, baseado em Constantinopla, agora Istambul. Do outro lado estavam os impérios europeus que se consideram cristãos, sucessores do Império Romano do Oeste, ocidental. Esfacelados pela ruína do Império Romano, os países europeus viveram aquilo que nós conhecemos como a Idade Média, ou Idade das Trevas. Na verdade era a primazia muçulmana e oriental. No Império Otomano quase não haviam otomanos; eles dirigiam através de líderes regionais que passavam a ser os tiranos de seu próprio povo. Então, povos germânicos coexistiam com judeus e muçulmanos, árabes e ibéricos, sob tutela distante da elite, que ficava na sede do império.
Assim é a estrutura do poder no sul do Brasil, uma elite distante dirige feudos de maneira dissimulada e bem organizada. A cidade de Curitiba era na verdade uma grande vila até em torno de 1890, sob o domínio relativamente benigno de ibéricos sobre escravos, assistidos por poucos imigrantes europeus. Uma estrutura simples e direta. Ao mesmo tempo que ocorria a proclamação da república, o dinheiro da erva mate impulsionava a incursão curitibana na cúpula do poder nacional da então emergente república militar brasileira. A figura mais proeminente era o Barão de Cerro Azul, que começou a utilizar um mecanismo que seria típico da cidade, as conexões com as capitais do mundo nos EUA e Grã-Bretanha. Os militares reagiram, atacando violentamente a cidade na Revolução Federalista, chamada localmente de revolta do Contestado. O general maranhense Ewerton Quadros, emissário de Floriano Peixoto, assassinou o Barão, exterminou uma parte e dividiu a sobra da elite curitibana.
O Marechal Ewerton Quadros e o crime militar em Curitiba
O espaço foi ocupado por imigrantes nordestinos e os que não paravam de chegar dos impérios europeus e otomano. Vinham alemães e italianos, judeus e árabes do Oriente Médio com suas várias vertentes religiosas. E os escravos: negros, índios, eslavos, orientais. A maçonaria é uma das organizações secretas cujos membros se valem de agir em grupos sigilosos com objetivos financeiros e de poder, e assim liga os feudos com a elite. A conexão mafiosa se tornou real com a chegada de italianos maçons à Curitiba na virada do século 19 para o 20. Não há dúvida que os militares republicanos, a maçonaria e a Igreja Católica prestaram um grande serviço à organização do estado paranaense, em especial da cidade de Curitiba. Nesta primeira leva de imigrantes vieram as famílias italianas como Romanó e Greca, as germânicas Schrappe e Müller, e depois judeus e árabes. Todos usaram o poder militar central, na então capital Rio de Janeiro, e as organizações secretas como a maçonaria, para infiltrar e dominar a “inteligentsia” curitibana.
O que une todas estas organizações, assim como suas faces públicas mais recentes, os Rotarys e Lions clubes, é seu machismo visceral. São organizações masculinas que controlam os golpes das mulheres da máfia curitibana. Mulheres e crianças são inferiores, tem direitos determinados, definidos, defendidos e atacados por homens. A língua portuguesa é machista em sua essência. Os plurais são masculinos. As próprias mulheres assim se manifestam, nem percebem o machismo de expressar “filhos”, “médicos”, e assim por diante. Os homens, então, definem as castas das mulheres. As superiores são as mães, irmãs, esposas e filhas dos próprios otomanos. Um pouco abaixo está a nobreza estrangeira, as mulheres alemãs e italianas, judias e árabes. E abaixo as mulheres dos escravos: negras, índias, eslavas e orientais.
A crueldade e a frieza das organizações que orquestram os golpes das mulheres da máfia curitibana ficaram estampadas nos atos da Força Tarefa Lava-Jato, na maneira com que trataram Lula, dona Mariza, seus filhos, netos, e a morte do irmão de Lula. Deltan Dallagnol usa um bebê como desculpa para seus atos. Sergio Moro empresta sua organização para encobrir o envolvimento da família Richa no acidente de trânsito do deputado Ribas Carli, que levou ao assassinato moral da Dra Virginia Soares em Curitiba. Sergio Moro dá guarida à policial federal Erika Mialik Marena, agente operacional no assassinato indireto do Reitor Cancellier, em Florianópolis.
A proteção relativa das mulheres modernas devido a serem vítimas de violência física e sexual é utilizada descaradamente para torná-las impunes. São então utilizadas pelas sociedades secretas e não tão secretas como iscas, usando sem o menor pudor a atividade sexual, a idade, crianças ou idosas, em golpes legais, nem sempre românticos. Escritórios de advocacia em Curitiba e Blumenau usam “loirinhas” e “loironas” para atrair clientes. Autoridades e mafiosos usam suas próprias mulheres e familiares em artimanhas. Tenho provas documentais destes eventos, em especial na justiça trabalhista, a mais corrupta, cruel e desumana. Em especial envolvendo o escritório germânico Nemetz e Kuhnen em Blumenau, e o Marins Bertoldi em Curitiba. Também os deputados Vicente Caropreso e Ricardo Barros, respectivamente do PSDB e PP.
O que ganham com os golpes das mulheres da máfia curitibana? Casamentos arranjados. Sustento. Salários vitalícios para filhas de militares, filhas de desembargadores, de deputados da constituinte. Colocação para filhos. As mais velhas ganham maridos novinhos. Empregos nas organizações ligadas ás máfias: pedágios, ônibus, justiça, saúde. Exemplos: UNIMED, auditorias estaduais. E assim por diante.
Dr Paulo Bittencourt